Se pensarmos em uma verdadeira logística ponta a ponta, tem uma etapa que poucos conseguem ver. Vamos exemplificar com um caso clássico: o produto sai de uma fábrica em algum lugar da China para a sua casa em São Paulo.
Claro, Logística totalmente integrada planejada e executada pela Maersk (#alltheway)
De uma fábrica em uma cidade do interior da China, para um Centro de Consolidação e Distribuição (DC), container carregado vai para um depósito de containers (Depot), e então para o porto de Xangai, e aguarda o momento para ser carregado em um Navio para Itapoá em Santa Catarina/Brasil (baita incentivo fiscal que justifica o acréscimo de transporte), de lá vai para um Depot, aguarda o desembaraço, descarregado e vai ao piso, a carga então é consolidada (ainda no Depot), carrega em caminhão, aí pode ir direto ao DC em São Paulo, ou ao um retailer; ou ainda para um DC próximo ao porto, e então ao DC de um retailer, daí para um Cross-docking (ou um DC de passagem), e então para a sua casa.
A Figura abaixo ilustra a cadeia de suprimentos, ainda adicionando outros elementos que podem ser acrescidos à cadeia.
Pois bem, qual o meu ponto?
A cadeia de suprimentos em tempos de Guerra e Pós Covid (e traumas), tem de ser resiliente. Ser resiliente é não ser interrompida por desastres naturais, quebra da estabilidade política e financeira, interrupção de produção ou falta de matéria prima.
Resiliência na cadeia vale um post; mas basicamente mitiga-se os riscos adicionando fornecedores, contingências de modais de transporte, e mais elementos na cadeia, como o Depot, e DC intermediários.
O desafio é aumentar o mínimo possível os estoques de matéria prima e produtos acabados, e claro não sobrecarregar o custo e riscos da logísticas.
Por que, a Logística está ainda mais importante?
Para produtos de baixo e médio valor agregado, as empresas ganham velocidade de atender o mercado e ganham a competição de custos na eficiência.
Mas agora eu vou.
Prometo que falo de outros elos da cadeia em outras conversas com o "Improvável Leitor", mas agora vou falar do Depot e sua integração com o Centro de Consolidação e Desconsolidação.
Eu estava em Santiago do Chile em café da manhã com um diretor de logística chinês de uma das maiores empresas do mundo de infraestrutura para comunicação; empresa chinês com produção na China.
Seu ponto de contato com a América Latina é o Panamá, e sua necessidade é ampliar seus negócios no Chile, portanto precisava de mais e melhor logística.
Eu contei sobre nossas capacidades no Panamá e no Chile, disse que fazemos os que os armadores sem logística fazem e o que os operadores logísticos fazem sem navios. Fazemos tudo junto e misturado (mas ordenado!!!). Ele se interessou.
Mas quando perguntei quando ele havia pago de demurrage (detenção de containers) no ano anterior, e que nós eliminaríamos essa conta (Zero mesmo), ele apaixonou-se.
Como?
A carga fica no container até o limite de tempo de franquia, tempo suficiente para o desembaraço e planejamento; vai pro chão em um armazém de passagem e desconsolidação e nova consolidação. A atividade é simples, usa pouca mão de obra e não requer um armazém AAA; importante que esteja colado ao Depot que está colado ao porto, mas em área não alfandegada e não necessariamente em área nobre, e essas características facilitam e não encarecem a área ou operação.
Outra importante vantagem: reduz custos e espaço na área nobre do DC, e muitas vezes prepara a carga para os retailers sem a necessidade de passar pelo DC. Isso é totalmente viável se estivermos falando de um número pequeno de SKUs (unidades de produtos) e um transporte FTL (lotação, caminhão fechado e entrega à um único destino).
Entendeu porque é super importante e pouca gente nota?
Depot com Centro de Consolidação e Desconsolidação, o cliente se apaixona e eu também!
Um abraço, e um obrigado ao Improvável Leitor
Douglas
Muito interessante essa visão!
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