Pular para o conteúdo principal

Warehousing: Project vs. Start-up. Por que falha e como errar menos?

 English and Portuguese



I'm not talking about pallet in/out here—if we mess that up, it's because things are really bad. That means everything went wrong: the proposal, the planning, the project, and the execution.

The more complex the operation, the stronger Murphy’s Law hits. Believe it and accept it—something will go wrong. But why? I’ll try to answer that and give you some tips to help minimize the damage and avoid a full-blown crisis.

There are a lot of steps, and each one is complex and risky. Let’s walk through them and try to understand where things go wrong—or why we hit a wall—always from the perspective of the logistics operator.

1. The Project

A complex operation needs a complex project. It’s not just about sizing space, racks, and people. Important: the proposal and engineering need to deliver at least 90% of the final project—otherwise, you’ll either blow the budget or doom the implementation.

  • Leadership has to be defined on day one. A classic mistake is having too many “owners” and dumping the responsibility on the PM (Project Manager). The PM brings together leaders from each area, but the project itself needs one manager. My recommendation: the Operations Director or the most senior manager who will actually run the operation.
  • Clients usually take a lot of time to decide on outsourcing or a BID for an existing operation. That eats up a big chunk of the timeline, and there’s always a deadline, a contract ending, a peak season to avoid, or a budget to meet. Why is that a problem? Because it cuts into the time operators have to build a solid technical proposal.
  • Study automation possibilities.
  • Build the entire process—not just productivity and workflows (you can formalize procedures later), but also how each unit process connects to the next. For example, if inbound and put-away aren’t perfectly aligned, replenishment will fail.
  • Staff sizing based on productivity. Unfortunately, productivity depends on geography and, of course, the complexity of the operation. Automation (like Pick-to-Light, Voice Picking, sorters, etc.) boosts productivity but makes start-up and ramp-up harder. It also requires more educated, experienced, and trained people. That takes time and engineering effort—and the future operations manager must be involved from day one. They should have the final say (challenged, yes—but final).

2. The WMS (ah yes, the beloved WMS…)

  • Even if we know the system well, even if it’s the company’s standard WMS and we’ve implemented it a bunch of times, we still mess up and have to fix things on the fly. No two operations are the same. But having process standards helps a lot—it’s like insurance against disaster. If your processes are standardized and aligned with operations, the WMS will only need tweaks or small customizations.
  • The secret sauce (that shouldn’t be a secret) is making sure the design matches the project, and the project matches the WMS. It’s super common for engineering to design an operation without involving IT or detailing each step. Without those “ingredients” to make sure the system mirrors the physical process, the implementation will fail. And that’s the worst kind of failure—there’s no fix without pain, cost, and time.
  • Rarely is the system itself the problem. Sure, some systems are better than others—more tools, more automation, better control. Big, complex operations need better systems. But crises usually happen not because the system is bad, but because it was poorly prepared, integrated, or aligned with the operation. We love to blame the WMS, but it’s better to make friends with it early—because you’re marrying it, and there’s no divorce.

3. Costs and Pricing

If you build a good project, you’ll usually get the costs right—and someone else will set the commercial price.

  • The commercial proposal is not relevant to the start-up discussion—it’s super important—but it reflects a strategic decision. Costing, though, is critical. If your costs are even slightly above market, your proposal will lose. If your costs are too low to cover the operation, the start-up will crash and burn, and you’ll need to throw a ton of money at it to fix it—possibly ruining the whole contract.
  • What’s the rock everyone keeps tripping over—even though we all see it? Cutting costs under pressure from the client or competition to make the proposal “attractive” (and “winning” here is almost a joke). That rock will fall on your head.
  • The operation, also under pressure, will try to deliver the project within those tight costs—and fail. You need a state-of-the-art, precise, competent project. Then your costs will be competitive, and the operation will be viable.
  • Believe me: if your margins are tight (as the market demands), and your costs are competitive for a near-perfect project, your company will make money—and the start-up will be a success.
  • And if you still don’t win the deal? Celebrate. It’s way better to lose than to slash costs/prices just to win and end up in a crisis that wrecks your credibility and finances.

In my last post, I talked about outsourcing and switching (or not) warehouse providers. This one was about the project and start-up. I promise I’ll be back with part three: implementation.

Thanks and cheers to the unlikely reader!

Douglas


 

Não estou falando de pallet in/out, se errarmos aí é porque a coisa é feia, é porque tudo foi errado, desde a proposta, planejamento, projeto, até a execução.

Quanto maior a complexidade, no entanto, maior é o peso da lei de Murphy. Acredite e conforme-se, algo vai dar errado; mas por que? Vou tentar responder e ajudar com recomendações que tornem as falhas menores, que você evite uma crise.

São muitas etapas e cada uma delas é complexa e apresenta riscos. Vamos passar por elas e tentar entender como ocorrem os erros ou porque damos com a cara na parede; sempre sob ponto de vista do Operador Logístico.

O desenho do projeto precisa trazer (lista não exaustiva):

1-     O Projeto

Uma operação complexa exige um projeto complexo. Não se trata apenas de um dimensionamento de espaço, racks e pessoas. Importante: a proposta e a engenharia têm de trazer ao menos 90% do projeto executivo, caso contrário você vai errar nos custos ou condenar a implementação ao fracasso.

·       A liderança tem de ser determinada no primeiro dia do projeto. Um erro clássico é deixar que o projeto tenha muitos donos, e a responsabilidade recaia sobre o PM (Project Manager). O PM junta os líderes de cada área envolvida, essas devem ter seus respectivos líderes; mas o projeto deve ter um e somente um gerente. Minha recomendação: O Diretor de Operações ou o Gerente mais sênior dela, aquele que vai operá-la.

·       O cliente normalmente toma um tempo longo para decidir sobre as premissas da terceirização ou sobre o BID de uma operação existente, de forma que parte importante do tempo da decisão da terceirização (ou troca) consome-se nessa etapa; isso porque há um tempo total, um dead line a ser respeitado, um contrato que vai vencer, um peak season a ser evitado, um budget a ser cumprido. Por que isso é um problema? Porque reduz o tempo de os Operadores participantes do processo construírem uma boa proposta técnica

·       Estudo das possibilidades de aplicação de automação

·       Construção de todo o processo, que deve não só trazer a produtividade e os processos (o detalhamento e formalização dos procedimentos podem esperar), mas também como um processo unitário se conecta com outro. Por exemplo, o inbound e put away se não estiverem perfeitamente conectados, o replenishment vai falhar.

·       Dimensionamento do quadro de funcionários com base na produtividade. Infelizmente a produtividade das pessoas depende da geografia, e obviamente da complexidade da operação. Uma operação que tem automação (Picking by Light, Put to Light, Picking by voice, sorter, etc..) tem sua produtividade aumentada, mas  o start-up e ramp-up dificultado; além de exigir pessoas com nível maior de educação, experiência e treinamento. Isso tudo leva tempo de engenharia, e obrigatoriamente o envolvimento do futuro gerente de operações – quem vai operar tem de ter a palavra final, desafiado, mas com a palavra final; portanto, se a operação é complexa, aloque o Gerente ou supervisor da operação desde o dia um do projeto.

 

2-     O WMS (ah... o amado WMS...).

·       Mesmo que conheçamos bastante bem o sistema, que esse seja o WMS padrão da empresa, que o tenhamos implementado muitas vezes, muitas vezes falhamos e temos que corrigir o sistema com a operação andando; uma operação nunca é igual a outra, porém construir standards facilita muito e chega a ser um seguro contra desastres. Se você trabalha com standards de processo, já conectados com os processos operativos, o WMS vai pedir ajustes ou pequenas customizações.

·       O ingrediente secreto (que não deveria ser secreto) é construir um perfeito match entre o desenho e o projeto, e o projeto e o WMS. É muito comum a engenharia desenhar uma operação sem o devido envolvimento do pessoal de IT e sem detalhamento do passo a passo de cada fase. Sem esses “temperos” que garantam que o sistema execute o processo físico, a implementação vai falhar, na verdade, esse é o erro mais grave. Não há conserto sem dor, custos, nem a curto prazo.

·       Raramente os sistemas utilizados por bons provedores de logística são ruins; sem dúvida há sistemas melhores, que te fornecem instrumentos para gerenciar, controlar, automatizar e operar melhor; é claro que operações grandes e complexas exigem sistemas melhores; mas raramente uma crise acontece por conta do sistema per se, mas porque ele foi mal preparado, integrado, e não aderido corretamente à operação. Gostamos de culpar o WMS, mas é melhor ter sua amizade na primeira fase do projeto, porque você vai se casar com ele sem direito ao divórcio.

 

3-     Os Custos e preços

Quem faz um bom projeto, normalmente acerta os custos e alguém põe preço na proposta comercial.

·       A proposta comercial não é importante para a discussão do start-up, é super importante, não entenda errado, mas reflete uma decisão estratégica da empresa. A determinação dos custos, no entanto, é fundamental. Se Custos acima do mercado, mesmo que muito pouco, a proposta comercial será perdedora; custos curtos para cobrir a operação comprometerá o start-up, vai trazer a crise, que vai obrigar a sobre custos imensos para saná-la, comprometendo todo ou boa parte do contrato.

·       Qual a pedra que se tropeça repetidamente, todos sabem que a pedra está lá, pode-se vê-la, mas tropeça-se? Encurtar o custo sob pressão do cliente ou concorrência para tornar a proposta atrativa e ganhadora (ganhadora aqui é quase uma força de expressão). A pedra de tropeço agora cai na sua cabeça.

·       A operação, também sob pressão, vai executar o projeto nos custos estipulados e falhar! É preciso ter um projeto no “estado da arte”, homogêneo, preciso, e competente; assim os custos serão competitivos e a operação viável.

·       Acredite, se você tiver margens baixas como exige o mercado, custos competitivos para um projeto que tange a perfeição, sua empresa vai ganhar dinheiro e o start-up um sucesso.

·       Se com tudo isso você não ganhar o negócio, comemore. Muito melhor perder do que baixar custo/preço para ter o negócio e mergulhar em uma crise, que vai te tomar credibilidade no mercado e prejuízos financeiros imensos.

No meu post anterior tratei o tema da terceirização e a troca (ou não) do provedor de warehousing, nesse falamos sobre o projeto e o star-up; prometo voltar com a terceira parte: a implementação,

 

Obrigado e um abraço e ao improvável Leitor

Douglas

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Se Steve Jobs Trabalhasse com Logística....

Li a biografia de Steve Jobs de Walter Isaacson (o livro de capa branca). Aproveitei as férias e devorei o livro. As vezes penso que Deus parou de fabricar gênios. Há quanto tempo não temos gerações de iluminados? Se lembrarmos dos impressionistas, que de uma só vez tivemos Renoir, Degas, Monet, Manet, e Humbrant, só pra citar alguns. Quantos músicos geniais na mesma época, como Mozart, Vivaldi, Beethoven e Bach? Platão definiu a Democracia perfeita antes se quer entendermos os déspostas (que ainda nos perseguem usando um falso populismo ao sul do Novo Mundo). Lembra de quem veio depois de Picasso ou Einstein? Também não lembro. Os historiadores estarão isentos de paixões e poderão ver o que nossas frustrações e emoções não permitem, assim darão à Steve Jobs uma cadeira mais para lá ou mais para cá, no reino dos gênios. Talvez em um patamar bastante inferior aos que citei, mas o fato é que ele foi um gênio. Não só pelo fato de ter reinventado o computador, a forma como nos...

Mudar porque está muito bom!

Interessante notar a reação da maioria das pessoas que conheço, com a mudança que fiz; falei com quase ninguém antes de decidir, escutei a opinião de menos ainda, e fui tão rápido que quando olharam de novo eu não estava no mesmo lugar. Quando me disseram "achei que você fosse se aposentar lá", tive certeza que minha decisão foi correta. Precisa-se de poucas razões boas para te fazer mudar; mas sempre temos muitas razões ruins para ficar. Não errei o texto e nem você entendeu errado, mesmo tendo boas e lógicas razões para sair, as poucas e fracas razões que eventualmente possamos ter para ficar, nos imobilizam. Ficar parado é a forma mais fácil de Decidir. Está errado? Não necessariamente. Errado é mudar para pior, mudar por mudar, ou mudar porque está difícil ou outras tantas razões que rimam com fuga. A melhor razão para mudar, é porque está tudo bem. Você sabia que a empresa americana Kodak inventou a máquina fotográfica digital, e decidiu não fabricá-la por...

Conceitos de Redes de Transportes

Centro de Distribuição; Milk-Run; Cross-Docking, Transit- Point e Merge-Docking 1. Introdução Só saber que Milk Run foi inventado para coletar leite nas fazendas, ou achar que cross-docking é um lugar que a carga passa rapidinho, não é legal para profissionais da área Então, objetivo desse artigo é trazer algumas definições de elementos de Redes de Transporte para o Transporte Rodoviário de Carga (TRC). Cross-docking não é um lugar, é um conceito. Conhecer os conceitos permite a aplicação correta, portanto buscar possibilidades de otimização da cadeia logística; ou seja, maior eficiência com maior ganho financeiro. No final do dia o resultado é o que importa. Esse artigo é uma revisão de um trabalho que fiz no LALT e publiquei na “Mundo Logística” e traz conceitos e aplicações de Cross-docking, Milk-run, Transit-point, e Merge-docking . Quais as possibilidades de fluxo e composição desses elementos na formação de redes de transporte? Embarcar a carga diretamente do fabricante ao...