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ERP, SCM e TMS: Inovações Geradas por Sistemas Corporativos de Gestão


1. Porque Sistemas de Gestão e Informação Aplicados à Logística são Geradores de Inovação Tecnológica.
A gestão única e sistematizada da cadeia de suprimentos é uma exigência básica e primária para o sucesso das organizações de nosso tempo.
Não é possível conceber que a gestão de uma empresa de média para grande porte administre suas operações em processos isolados.

A implementação do conceito de SCMSupply Chain Management (Gestão da Cadeia de Suprimentos) traz consigo a necessidade de um sistema de gestão que se integre ou até mesmo seja parte de um sistema global de gestão, via de regra o ERP – Enterprise Resource Planning (Planejamento dos Recursos da Empresa). São, em suma, conjuntos de sistemas e softwares que fazem a diferença na eficiência na gestão de uma empresa com importante cadeia logística.

ERP é um processo de solução global para gestão da Empresa, cada vez mais esses sistemas são globais, não só pelo gigantismo, capacidade e abrangência dos sistemas, mas porque as grandes empresas são globais, e assim as gestões; contabilizam, controlam e administram globalmente, atuando localmente.
Os ERPs são muito abrangentes, pretendem cobrir Vendas; Finanças, Distribuição, Planejamento Estratégico Empresarial, Planejamento de Produção, Controle do chão de fábrica & Logística, enfim todos os processos que geram e processam informações com objetivo de administrar a empresa.

São considerados sistemas transacionais, por inter-relacionarem dados de fontes e departamentos diferentes da empresa, desempenham um papel basicamente operacional, apesar de serem ferramentas de apoio à decisão, e se prestar ao planejamento estratégico, porém como uma ferramenta.
Não há contra-senso quando se afirma que é um sistema operacional. Na prática ERP emite pedido de venda, as notas fiscais dessas vendas, documentos para liberação do caminhão de entrega do produto, faturamento, cobrança, fluxo de caixa, contas a pagar, enfim em uma primeira instância operacionaliza todas as atividades básicas.
Como pode então o ERP ser uma ferramenta de apoio à decisão, que se presta à ferramenta de planejamento e administração? Domina a Informação. Cada operação realizada a informação correspondente é armazenada, e trabalhada em forma de relatório de qualquer tipo ou objetivo.
Dois dos principais sistemas de gestão global da atualidade, e possivelmente os ERP’s mais vendidos são SAP e Oracle.

3. As principais características e aplicações dos sistemas de SCM e TMS.
Os sistemas de gestão de Transportes, ou TMS (Transportation Management System) possuem softwares específicos de gestão de logística e transporte.
No caso de umas das líderes do mercado mundial: SAP, o software é de desenvolvimento próprio, denominado R/3 – APO (Advanced Planning and Optimization) com principais aplicações denominadas SNP (Supply Network Planning) e LES (Logistic Execution System); aplicações estas focadas nas operações de scheduling de caminhões, carga e carregamento, roteirização e controle de distribuição.
A Oracle possui o TMS considerado o melhor do mercado pelos especialistas, o OTM (Oracle Transportation Management System).
Assim a diferença fica clara após o exposto: ERP cuida da gestão de todos os processos da empresa, em o TMS foca especificamente os processos contidos na cadeia de suprimentos. Uma estatística interessante do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, explica porque tanta importância e investimentos em SCM: todas as empresas que constam na “Fortune 500 Companies” gastam cerca de 60% de seus custos totais para transportar e distribuir seus produtos; então acabam por investir algumas dezenas de milhões de dólares em seus sistemas de gestão de Logística.

Qual as principais aplicações do SCM e TMS?
Numa frase:
Prover em tempo real, sistemas analíticos que administram o fluxo de produto e informações ao longo da rede da cadeia de suprimentos, incluindo fornecedores e clientes.

Estas aplicações são analíticas no sentido que provêem ferramentas sofisticadas como algoritmos avançados e análise dos cenários, visando contribuir nas decisões gerenciais que habilite a empresa a operações mais eficientes. Esses algoritmos avançados e a habilidade para capturar tipos novos de informação, facilitam o processo decisório, aumenta a flexibilidade e agiliza as operações, permitindo ao negócio criar valor.

O TMS procura resolver todos os problemas relacionados a transporte, desde as ordens de carregamento, determinação das cargas, programação de veículo, até a roteirização e visibilidade das ordens.
Uma tendência atual é explorar cada vez mais o número de detalhes relevantes e necessários na modelagem e desenvolvimento de sistemas de apoio à decisão em transportes; isto tem sido justificado pela necessidade de atender todos os requisitos dos operadores, aliado a real possibilidade de resolução de problemas complexos, garantidos por novas técnicas otimizantes (como algoritmos de programação linear), ou heurísticas buscando soluções viáveis para questões não menos complexas.
Com relação à aplicabilidade dos modelos matemáticos a um TMS, pode-se afirmar que decisões mais estratégicas são “descritas” de forma mais geral, e, portanto, são aplicáveis a uma gama muito extensa de problemas, sem necessitar adaptações. Como no nível tático busca-se um dimensionamento mais preciso e racional de recursos como também testar novas políticas de operação, faz-se necessário à incorporação de um detalhamento tal que obriga grande maioria dos modelos serem “customizados”.

Assumindo a premissa que a tecnologia aplicada à administração da cadeia logística através de Sistemas SCM, a próxima questão é "Onde na organização deveríamos esperar ver o benefício"?
O valor não é criado apenas nos departamentos da empresa onde o sistema é implementado; mas pela integração e otimização de todos os processos logísticos, com as demais operações da empresa. É possível reduzir ciclos de planejamento e lead time de entrega, fazendo assim aumentar vendas e a margem bruta, e o próprio faturamento da empresa com o aumento da escala.

  • Redução dos estoques físicos (matéria prima e produtos acabados);
  • Aumento do Retorno sobre o inventário;
  • Redução do ciclo de planejamento;
  • Maior precisão das previsões de demanda;
  • Redução dos custos de transporte;
  • Redução do gasto com horas – extras dos funcionários;

5. Fechando
Os pacotes de Sistemas ERP e TMS são pouco amistosos e trazem desafios às culturas das organizações, e assim quase sempre geram resistência das pessoas; mas os melhores sistemas são competentes e confiáveis, capazes de suprir as necessidades de um bom número de segmentos na área de supply chain.

Mas não há permissão para erro.

Os softwares globais de ERP, SCM, e TMS são caríssimos, o custo de implantação é muito alto, o desgaste das pessoas é grande, as operações de uma forma geral sofrem descontinuidade no período de implementação, normalmente perde-se vendas, e agilidade. A corporação torna-se se lenta e burocrata enquanto tudo não está concluindo.
Enfim o processo é penoso. Não há como não ser, é inerente a grandes mudanças.

Neste contexto se a decisão de escolha inicial for errada, o prejuízo é muito grande e provavelmente irreparável.

A recomendação é planejar muito, escolher bem e partir para a implantação a passos firmes e seguros em busca de uma gestão ótima da logística e de seus ganhos.


Um abraço e um obrigado ao improvável leitor

  1. Allen, Eric; Supply Chain Management Software, Vendor Comparison and Analysis, University of Texas, 1998;
  2. Kahl, Steven J. What’s the “value” of supply chain software? Supply chain review, 1998;
  3. ERP vs. SCM - What’s the difference?

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