Pular para o conteúdo principal

De onde você menos espera.....



De  onde você menos espera, é de onde não vem nada mesmo, já dizia o Barão de Itararé 
  
Assim tem sido o Governo Federal mos últimos 20 anos com investimentos em infra-estrutura, nada. Em resposta ao nada que esperávamos. 

Nada esperávamos e um nada de tal tamanho, que nos acostumamos a dizer e escutar que o Brasil não tem infra para crescer, que as estradas são péssimas e poucas, que as ferrovias são tão desconectadas com as nossas necessidades, tanto quanto desconectas são suas bitolas. 

Nada se esperava mais desse Governo, ou dos próximos; se dizia de obras isoladas ou de buracos, no chão e no orçamento, mas nunca se falou em Logística. 
A logística era ruim, sem nunca ter existido, e sem se quer ser conceituada (nos dois sentidos do verbete)

Logística não é uma arte política, mas uma ciência exata que não agrega valor ao produto, mas sim eficiência à cadeia produtiva com o custo mais baixo possível; e o possível tem de ser bom o suficiente para manter nossos produtos competitivos, nossa indústria viável, e nosso agronegócio o melhor do mundo. 
 
Lembre que temos Ministério dos Transportes e não Logística, que sempre tratou estradas e não rotas,  que sempre tratou de remendar o que não funcionava. 

Não parece óbvio que as estradas tem de ser planejadas em redes e malhas e não como galhos de árvores? 
Os galhos vão do tronco para lugar nenhum, mesmo que sejam bonitos, fortes e floridos, ainda assim vão a lugar nenhum. 
Nos acostumamos com a soja do Norte indo para o Sul para alcançar o Hemisfério Norte, nos acostumamos a ponto de achar que não havia jeito. 

O objetivo não é só levar carga do Sul a Norte (sem vice-versa, no caso), ou que a carga fique extasiada ao passear semanas pelo lindo litoral brasileiro; mas sim criar e manter canais de escoamento de carga, que alcancem também o centro, fazendo que o custo logístico não mate o lucro e as pessoas.  Transporte é meio, e não fim; nesse caso até é o fim, mas só da picada. 

Quando já tínhamos os gráficos e slides velhos, e a lamentação manjada, já que nada mudava há gerações; veio algo importante de onde já não se esperava.  (até o Barão mexeu no túmulo)

O Governo acertou, começamos a escutar a Logística, e de Logística nos corredores do Planalto. O Governo Federal fez o que deveria:  deixar que façamos o nosso trabalho, esse é o maior mérito do pacotão. 
Se sabe bem pouco de quando vamos ter os resultados e o
impacto real , e positivo, em nossa vida;  é hora de guardar as mágoas e sair do buraco. 

As Concessões  (não se pode dizer privatização, se não Ela fica brava) que o governo anunciou, nesse Agosto de dias quentes e claros, aqueceu nossos corações frios, iluminou um pessimismo que já era velho companheiro de viagem. 

Se espera tanto do Brasil, e da importância da Logística, que após dois dias do anúncio, já me perguntavam de Bonn o que poderíamos esperar. 

Espera-se muito da iniciativa privada na construção rápida e honesta dessa Logística de mundo novo. Espera-se muito dos profissionais de logística, vamos ter que reaprender a acreditar, e buscar eficiência de verdade, que deixem o power point e ganhem as estradas. 
Vamos de pedra à vidraça. É hora de fazermos, é o momento que as empresas privadas tenham iniciativa. 

De onde mais se espera, agora,  é de onde mais tem de vir. 

Um abraço ao improvável leitor

Douglas

Postagens mais visitadas deste blog

Um aspecto da logística ponta a ponta que poucos veem

Se pensarmos em uma verdadeira logística ponta a ponta, tem uma etapa que poucos conseguem ver. Vamos exemplificar com um caso clássico: o produto sai de uma fábrica em algum lugar da China para a sua casa em São Paulo. Claro, Logística totalmente integrada planejada e executada pela Maersk (#alltheway) De uma fábrica em uma cidade do interior da China, para um Centro de Consolidação e Distribuição (DC), container carregado vai para um depósito de containers (Depot), e então para o porto de Xangai, e aguarda o momento para ser carregado em um Navio para Itapoá em Santa Catarina/Brasil (baita incentivo fiscal que justifica o acréscimo de transporte), de lá vai para um Depot, aguarda o desembaraço, descarregado e vai ao piso, a carga então é consolidada (ainda no Depot), carrega em caminhão, aí pode ir direto ao DC em São Paulo, ou ao um retailer; ou ainda para um DC próximo ao porto, e então ao DC de um retailer, daí para um Cross-docking (ou um DC de passagem), e então para a sua casa.

A Logística das Formigas: Coisa de Gente Grande

Muitas vezes as pessoas, que trabalham com Transporte de Cargas, não acreditam em roteirizadores ou ferramentas de otimização, bem no fundo não acreditam. Todos conhecem e por ser politicamente correto dizem: “claro, sei..... muito bom, mas para garantir é melhor ter um cara bom para conferir e acertar as diferenças pra realidade”. Mais que conhecimento da ferramenta ou princípio, para o pessoal mais experiente, falta crença. Quando a ferramenta não funciona, ela não foi escolhida corretamente ou as premissas aplicadas (ou restrições) não foram modeladas adequadamente. Acredite, funciona (aprendi da pior forma: otimizaram minha rota!!!!). Se você tem alguns caminhões em rotas e motoristas fixos, o roteirizador ou algoritmos não melhoram sua vida; mas imagine centenas de caminhões em rotas variáveis em entregas e coletas (eu disse “e”, e não “ou”), o melhor “cara experiente” não resolve. Imagine agora um formigueiro, não tem um “cara” lá. As formigas saem do form

Tecnologia sem competência não vale nada

Tecnologia sem competência não vale nada.  A tecnologia acomodou as pessoas, complexou os processos e de tal forma massificou o básico, que ficou difícil fazer simples.  A tecnologia é a evolução da espécie humana, os avanços que a humanidade conseguiu  nas últimas 5 décadas é maior que toda a evolução até então em toda a história.   Os dois parágrafos anteriores não são contraditórios. A questão é que as pessoas que usam a tecnologia estão distantes da ciência que as desenvolveu; as pessoas buscam os benefícios das maravilhas modernas e não como usá-las bem, muito menos em aprender como.  Quando o cérebro era mais importante que o dedo que domina o botão, era preciso ter habilidades, esforço real e competência na arte de realizar. Era preciso pensar.    As melhores empresas são as que tem processos eficientes e pessoas eficazes para aplicação plena da tecnologia.  Tecnologia é meio e não fim. É investimento e não custo, simplificação e otimização do resultado, e nã