Pular para o conteúdo principal

Fura?

Estava na estrada, e mais por Karma do que por interesse, olho para todos os caminhões que encontro.
A Empresa....se as molas estão arriadas (carregado ou desmantelado ?).... com o preço do pneu ainda tem gente que suspende eixo e deixa o pneu bater no chão...  maçaricos laranjas por ai, os nossos Scanias eternos Heróis do Porto...

Mas enfim, não é nada disso que eu queria falar...
O que achei engraçado e depois triste foi ver o nome de uma empresa estampada em uma carreta bonita: "SEM FUROS"
Quando eu estava quase me divertindo com o nome, bateu uma tristeza.
O nome da empresa é engraçado ou traz um complexo de vira-lata do Setor?
Ele está dizendo que a empresa dele não falha, ou está dizendo que todo mundo "fura", mas ele não?
Bom, todo mundo fura, falha, atrasa, e decepciona; inclusive quem contrata, e quem recebe a carga.
O Transportador promete o que não pode cumprir, e o cliente exige o que não pode ter; o cliente final acredita em todo mundo e depois briga com todo mundo.
O famoso Transit-time (que é diferente do conceito de lead time, mas isso é outro assunto) pode ser o mesmo ano após ano? Não.
Veja:
  • As estradas são menos ruins, ajuda
  • Mais e mais e mais congestionamentos, atrapalha
  • Maior profissionalismo no Setor, ajuda
  • O custo aumentou, tem de consolidar mais, atrapalha
  • Mais tecnologia, ajuda
  • Estoques giram mais, entregas mais fracionas, atrapalha


A conclusão é que o Transit-time não pode ser estático, as empresas deveriam ser mais dinâmicas e cooperativas no planejamento. Fixar o tempo de entrega e dizer pro Transportador se virar, é mais ou menos a mesma coisa o que disse aquele famoso jogador de futebol, daquele famoso time:
"Eles fingem que me pagam e eu finjo que jogo"

Muitos Abraços e Obrigado aos improváveis leitores que clicaram por aqui mais de 20 mil vezes!


Douglas 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Um aspecto da logística ponta a ponta que poucos veem

Se pensarmos em uma verdadeira logística ponta a ponta, tem uma etapa que poucos conseguem ver. Vamos exemplificar com um caso clássico: o produto sai de uma fábrica em algum lugar da China para a sua casa em São Paulo. Claro, Logística totalmente integrada planejada e executada pela Maersk (#alltheway) De uma fábrica em uma cidade do interior da China, para um Centro de Consolidação e Distribuição (DC), container carregado vai para um depósito de containers (Depot), e então para o porto de Xangai, e aguarda o momento para ser carregado em um Navio para Itapoá em Santa Catarina/Brasil (baita incentivo fiscal que justifica o acréscimo de transporte), de lá vai para um Depot, aguarda o desembaraço, descarregado e vai ao piso, a carga então é consolidada (ainda no Depot), carrega em caminhão, aí pode ir direto ao DC em São Paulo, ou ao um retailer; ou ainda para um DC próximo ao porto, e então ao DC de um retailer, daí para um Cross-docking (ou um DC de passagem), e então para a sua casa.

A Logística das Formigas: Coisa de Gente Grande

Muitas vezes as pessoas, que trabalham com Transporte de Cargas, não acreditam em roteirizadores ou ferramentas de otimização, bem no fundo não acreditam. Todos conhecem e por ser politicamente correto dizem: “claro, sei..... muito bom, mas para garantir é melhor ter um cara bom para conferir e acertar as diferenças pra realidade”. Mais que conhecimento da ferramenta ou princípio, para o pessoal mais experiente, falta crença. Quando a ferramenta não funciona, ela não foi escolhida corretamente ou as premissas aplicadas (ou restrições) não foram modeladas adequadamente. Acredite, funciona (aprendi da pior forma: otimizaram minha rota!!!!). Se você tem alguns caminhões em rotas e motoristas fixos, o roteirizador ou algoritmos não melhoram sua vida; mas imagine centenas de caminhões em rotas variáveis em entregas e coletas (eu disse “e”, e não “ou”), o melhor “cara experiente” não resolve. Imagine agora um formigueiro, não tem um “cara” lá. As formigas saem do form

Tecnologia sem competência não vale nada

Tecnologia sem competência não vale nada.  A tecnologia acomodou as pessoas, complexou os processos e de tal forma massificou o básico, que ficou difícil fazer simples.  A tecnologia é a evolução da espécie humana, os avanços que a humanidade conseguiu  nas últimas 5 décadas é maior que toda a evolução até então em toda a história.   Os dois parágrafos anteriores não são contraditórios. A questão é que as pessoas que usam a tecnologia estão distantes da ciência que as desenvolveu; as pessoas buscam os benefícios das maravilhas modernas e não como usá-las bem, muito menos em aprender como.  Quando o cérebro era mais importante que o dedo que domina o botão, era preciso ter habilidades, esforço real e competência na arte de realizar. Era preciso pensar.    As melhores empresas são as que tem processos eficientes e pessoas eficazes para aplicação plena da tecnologia.  Tecnologia é meio e não fim. É investimento e não custo, simplificação e otimização do resultado, e nã