Temos que nos afastar da história para entende-la, temos que esperar o
resultado de longo prazo de uma empresa para entendermos se sua gestão é
vencedora.
É moderno dizer que “não precisamos de heróis, mas team players”, líderes
são coachs, potencializam os talentosos.
Será só isso? Não.
Só pra fazer meu ponto: Qual modelo de liderança é mais efetivo, o
Coreano ou o Americano na fabricação de celular? (poderia usar outras culturas
e industrias):
O modelo Coreano é extremamente hierarquizado, raros são brainstorming,
reports matriciais, tomadas de decisões em níveis de gestão intermediários. O
trabalho vem antes da família, pois é o trabalho que sustenta a família. Não se
questiona o líder, só o líder do líder e assim vai até o líder maior: o
resultado. Manda quem pode, mas só o resultado decide quem pode, e aí obedece
quem tem juízo. Se não tem resultado, cai e vai caindo. O empregado está a
serviço do resultado, se não tem resultado, não tem empresa e não tem
empregado.
O modelo Americano derruba e cai sim, mas é mais velado; cai no meio,
segura as pontas, espera, tem mais um plano de ação, aí se não vai... cai a
ponta de baixo e depois a ponta de cima. O Ser humano é pilar, importante o
respeito e “work balance”, mas como é um tanto velado é um tanto assim.... ou
quase assim, cai de lado antes de cair de boca.
Nas empresas americanas ou ocidentais de sucesso, de uma forma geral,
brainstorming existe, mas não é sinônimo de democracia, horário flexível e home
office não significam pouco trabalho, e satisfação do ‘colaborador’ não
significa falta de resultado; tão pouco reports matriciais significam falta de
liderança. De novo, nas empresas de sucesso.
Ambos são indiscutivelmente gestões com resultados extraordinários, e modelos
de liderança bem diferentes. Mas de novo, o tempo é que vai dizer da gestão
vencedora.
Não quero falar, hoje ao menos, de modelos culturais de gestão, mas
refletir sobre os skills de um líder.
O Livro “A Arte da Guerra” de Sunzi é considerado leitura obrigatória
nos tempos de guerra nos mercados. Tirando os exageros românticos e quase
teatrais, a ponte entre 300 AC e nossa era hiper tecnológica tem senso e
fascina.
Trago aqui alguns “ensinamentos” do livro, não sobre como matar o
concorrente, mas insights sobre líderes e liderados. (fonte: A Lei da Guerra
de André Bueno, 2011)
“Existem três maneiras pelas quais um governante leva o exército ao
desastre:
- Quando ordena que ele avance no momento de se retirar ou quando ordena que se retire no momento de avançar. Isso se chama “amarrar o exército”.
- Quando ignora assuntos militares, mas interfere neles, perturbando seu desenrolar.
- Quando se intromete na cadeia de comando, ignorando seus problemas e instaurando a incerteza entre os oficiais”
“Cinco características são ruins em um general:
- Se temerário, morre logo.
- Se covarde, é capturado.
- Se exaltado, será humilhado.
- Se moralista, será difamado.
- Se bondoso, sofrerá”
“Quando as ordens dadas são claras e visam à instrução dos soldados, a
tropa será obediente. Quando as ordens dadas forem confusas, sem um sentido
apropriado, a tropa será desobediente. Quando as ordens são confiáveis e
justas, elas serão cumpridas, estando o líder e a tropa em comum acordo.
Quando as tropas se mostram insubordinadas, preguiçosas, negligentes ou
confusas, é culpa do general e não de fatores naturais”.
“Um bom general avança sem desejar glória, e se retira sem temer os
castigos. Seu desejo é, apenas, o de proteger o povo e cuidar do soberano. Um
general assim é um bem precioso para o Estado”.
Temos que esperar pelo tempo dizer sobre os líderes? Não acho, lideres
decidem. Decidiram e vão decidir sempre.
Há diferentes skills vencedores, lidere a busca da evolução dos seus
skills, ou não vai liderar ninguém. Então fecho com uma citação de Sinzu, que
concordo muito, e resume tudo:
“A Liderança deve conter sabedoria, sinceridade, humanismo, coragem e
disciplina”
Obrigado e um abraço ao improvável Leitor
Douglas
Não tão improvável leitora.
ResponderExcluirExcelente texto.
Abraço,
Muito bom Douglas! Parabéns pelo bela publicação.
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