Inclui o tema Educação nos
objetivos desse blog há um tempo, na época pensei em questões acadêmicas de
formação e pós-graduação em Logística, tentar contribuir com a pequena experiência
que tenho como professor e orientador.
Desculpem, tenho que compartilhar
com o improvável leitor a indignação
de ver e viver em país deseducado, com um futuro no mínimo sombrio.
Temos como realidade quase genética,
a arte de culpar o Governo por absolutamente tudo de ruim que acontece no
Brasil. Queria que fosse verdade, para que fora mais fácil curar o país; mas
não é.
Escutei uma vez que a “Democracia é
forma de governo menos ruim que existe”. Daí vem o óbvio que ‘não sabemos votar’,
portanto a incompetência do estado e a inépcia dos políticos também é nossa
culpa, nossa tão grande culpa, por ação e omissão.
Tendo esse simpático preâmbulo
abrindo meu não menos festivo texto, vamos ao meu ponto.
A Educação não é formação escolar
formal, até porque se assim fosse, também estaríamos mal, muito mal.
38 milhões de brasileiros são analfabetos absolutos
ou funcionais, esses últimos são aqueles que não conseguem usar as 4 operações
matemáticas, e não são capazes de escrever ou entender um pequeno texto; por
exemplo não localizam as informações em um calendário (fonte: Ibope
Inteligência/ONG Ação Educativa/Instituto Paulo Montenegro).
29% dos patrícios verdes e amarelos
são analfabetos, no final da primeira década do século 21; quando vivemos a
vida 4.0, os carros não têm motorista, os telefones são mágicos e os livros
perderam o papel, ainda assim há 38 milhões de analfabetos no Brasil.
Mas não é sobre isso que quero falar
com o improvável leitor; quero falar
da Educação em sua essência, e como a falta dela consome nosso sonho de futuro.
As vezes o esquecido dicionário nos ajuda: Educação
é o “Processo que visa ao desenvolvimento
físico, intelectual e moral do ser humano, através da aplicação de métodos
próprios, com o intuito de assegurar-lhe a integração social e a formação da
cidadania” (Michaelis).
Outro óbvio valor ou responsabilidade, que de tão óbvio
acabou, sumiu, destruiu-se: a educação é responsabilidade da família, e no seu
ventre nasce e toma forma.
A imprensa não pode dizer que os
pais não educam, ofenderia, perderiam seus ‘clientes’ é mais fácil dizer que é
culpa do Governo
Os políticos não podem dizer que é
culpa das famílias, ofenderiam e perderiam seus clientes eleitores, é mais fácil
dizer que é culpa do Governo (mesmo os da Situação!)
Ah ... o Governo, essa entidade parda, pária da
sociedade, etérea, impessoal e inodora; está aí para levar a culpa.
Nessa semana, vimos um vídeo de
alunos agredindo moral e fisicamente a professora, quando esta saiu da sala, destruíram
tudo o que havia lá. Culpa do Governo, é claro. Claro que não.
Então a imprensa apenas relata o
fato e entrevista o secretário da Educação, ambos precisam do IBOPE. A mãe de
um dos alunos disse que o filho era incapaz de tal ato, mas eventualmente...
devido às nefastas (acho que ela não usou esse vocábulo) influências dos demais...
O secretário diz que após análise,
os alunos podem (podem = talvez) ser transferidos.... me doeu aqui, aí não?
Em nome de manter os votos, não existiu
coragem dos atores dessa novela repetida dizer: são criminosos, serão expulsos
e processados, não serão admitidos em nenhuma escola pública, por exemplo, por
um ano. Os país devem se retratar com a professora e pagar os prejuízos.
A Educação não é uma flor silvestre
que nasce pela graça da natureza; precisa ser plantada, regada com rigor,
cultivada e cuidada até o fim da vida, De novo: “desenvolvimento intelectual e moral e a formação da cidadania”
Parado em um farol, eu notei uma
estrutura de concreto e ferro, uma estrutura cara e forte, ‘protegendo’ o
entorno de uma passarela de pedestres. Explico: o “Governo” colocou um montão
de dinheiro para proteger o cidadão da sua falta de educação, criou barreiras
para que esses cidadãos não se matem e usem a passarela.
Quantas estruturas dessas, ou com
similares aplicações, existem? Quanto dinheiro enterrado junto com nossa falta
de educação. Desnecessário dizer que esse é só uma palha em um gigantesco
palheiro que ao queimar, queima verbas para a saúde, segurança e educação (a
própria). Desculpe, o dinheiro deveria estar a serviço do bem público e não
para proteger o ser de si próprio; eu facultaria ao ser o direito de ser
atropelado se assumir não usar a passarela.
Estava em uma reflexão em um raro congestionamento na Marginal, quando do carro da frente, os 4 seres humanos
arremessaram latas e garrafas para fora, eu juro que achei que isso não acontecia
mais; não soube o que fazer, pequei por omissão, mas a culpa é do Governo, não?
Lembrei também, congestionamento é bom pra isso, de um comentário de meu amigo Zé Eduardo sobre a imensidão de placas de 'proibido' que encontramos em um só dia; será que se educa através de placas? Será que precisa colocar placa do tipo óbvia? Do tipo "não pise na grama", "respeite a faixa de pedestre", "só atravesse na falta de pedestre", "não coloque o pé na parede"....
Então se não tiver uma placa, você corre e pula com os dois pés na parede? Talvez encoste e vá alternando os pés... o Governo e seus pés na parede...
Lembrei também, congestionamento é bom pra isso, de um comentário de meu amigo Zé Eduardo sobre a imensidão de placas de 'proibido' que encontramos em um só dia; será que se educa através de placas? Será que precisa colocar placa do tipo óbvia? Do tipo "não pise na grama", "respeite a faixa de pedestre", "só atravesse na falta de pedestre", "não coloque o pé na parede"....
Então se não tiver uma placa, você corre e pula com os dois pés na parede? Talvez encoste e vá alternando os pés... o Governo e seus pés na parede...
Quando um conjunto harmônico de
pessoas, agrupado socialmente, invade um manancial, ou um terreno preservado
por conter uma nascente de água, o pânico é generalizado.
A imprensa observa, relata os fatos
e espera o momento de apontar a direção; o poder público atônito pressionado por
ONGs do meio ambiente, e do lado oposto pelas organizações de direitos humanos paralisa-se e abre
debates sem fim.
Se não retomarem a propriedade de
todos nós, serão coniventes com a ilegalidade e destruição de uma rara fonte
pura de água; se arrancarem os seres de lá, perdem votos e a imprensa vai dizer
quão injustiçados são esses pobres infelizes, abandonados pela sociedade e massacradas
pelo Governo (ele aí de novo).
Se isso não é falta absoluta de Educação de
todos, inclusive dos que se omitem ou tomam vantagem do incidente, vamos enviar
um e-mail para o Aurélio, lá no além para que, por favor, reescreva o
significado da palavra Educação.
Uma forma de educar é processar os
invasores e reintegrar a posse do terreno ao Estado; assim feito, outros seres
pensarão um tanto mais antes de cometer crime semelhante.
Deixando de lado o politicamente
correto, tomando a austeridade e intransigência no cumprimento das leis e regras
tácitas da sociedade, esse é sim um processo educador.
Mas para que o improvável leitor
não pense que só trago exemplos de pessoas menos favorecidas econômica ou
socialmente, quero contar sobre mim e meu fusca 66.
Quem me conhece sabe que tenho um
amigo inseparável há 53 anos. Nicoleto é fusquinha vermelho lindo, restaurado e
em plena forma, como se fosse bebe de 1 aninho como quando meu Pai comprou.
Pois bem, vínhamos os dois, eu e o
Nicoleto em um sábado de outono ensolarado em uma via de velocidade máxima de
50km/h, nós vínhamos direitinhos a 40, talvez 45 Km/h (o velocímetro está um
pouco cansado); quando surgiu um poderoso Audi Q7, com uma família feliz
(eu estava na avenida preferencial, não esqueça), o ser que estava ao volante,
fez uma ‘meia’ parada, olhou bem na minha cara e entrou ... juntei no freio
(aprendi essa expressão com os carreteiros), Nicoleto gritou com os pneus
travando no asfalto, depois ele gritou com sua buzina afinada.
Por pouco não batemos.
O fato de eu estar em fusca velho, fez
com que o charmoso Q7 (talvez seu tata tataraneto) pensasse... um fusca
velho... eu tenho mais direito de existir.
Perdão de novo, mas além de mal-educado,
o sujeito é burro; o Nicoleto possui uma fração da capacidade de parar do que
os carros de hoje.
Inexistência de Educação aqui, mais uma
vez, falta de educação não tem classe social, poder aquisitivo, ou é privilégio de qualquer minoria.
Educar é responsabilidade da
família, dos pais dos professores, de cada um de nós; inclusive educando, por
meio dos nossos votos, os digníssimos políticos que tomam o Governo.
Entre ser (1) politicamente correto,
ou (2) ser Educado, Educando e Educador; escolho a segunda opção.
Eu não gosto de seres humanos mal-educados
Obrigado e um abraço ao Improvável
Leitor