Modelos
Às vezes usamos algumas palavras ou arriscamos um
conceito; às vezes faz sentido, às vezes...
O “Modelo” habita nosso imaginário (no bom sentido, falo
de “modelos” e não das modelos) técnico, certamente já escutamos e até já
falamos coisas como: “se fizermos um modelinho podemos resolver esse negócio”.
Não precisa ser complexo para ser modelo, muito pelo
contrário, o modelo tem de ser simples. O modelo não encerra em si a solução,
muito pelo contrário, é só um meio de entender o problema e nos direcionar para
o método de solução.
Piorou?
Sorry, precisa piorar pra melhorar.
O Modelo é assim, transformamos a complexidade e
diversidade de um problema real em uma apresentação simples que o traduz e
permite-nos enxergar formas de resolvê-lo.
Vamos tentar uma explicação que combina com a
definição de modelo – simples:
- Modelo é uma
representação da realidade;
- Modelo é uma
representação da realidade projetada para algum propósito definido;
- Modelo é uma
representação da realidade que é planejada para ser usada por alguém
responsável pelo gerenciamento ou entendimento da realidade;
- Modelo é uma
representação de parte da realidade vista pelas pessoas que desejam usá-lo
para entender, mudar, gerenciar e controlar aquela parte da realidade;
- Modelo
é uma representação externa e explícita de parte da realidade vista pelas
pessoas que desejam usá-lo para entender, mudar, gerenciar e controlar
aquela parte da realidade.
Então, Modelagem,
ou a tradução do problema em uma representação simplificada em highlights:
- O Modelo
sempre deve ser uma simplificação da realidade;
- O Modelo deve
ser consistente com as informações disponíveis;
- Os resultados
do Modelo devem atingir suas necessidades;
- Não
multiplique as entidades do Modelo desnecessariamente;
- O modelo deve
ser analisado no tempo disponível à sua concepção;
- Os modelos não
precisam ser exatos para serem úteis
Vamos tentar um exemplo prático:
É preciso dimensionar uma frota que vai sair de uma só
origem para múltiplos destinos em uma mesma região; os destinatários são
diferentes com horários de recebimento, tempos de espera e descarga, locais de
acesso, tráfico mais ou menos pesado em função do dia da semana e horário.
Um problema absolutamente recorrente que é resolvido
todos os dias pela experiência, ou roteirizador, ou por tentativa e erro. A questão
é: consegue-se assim a melhor solução?
Quando modelamos o problema, equacionamos as variáveis
e restrições, passamos a entendê-lo e podemos escolher a melhor ferramenta para
resolvê-lo.
De forma resumida, a modelagem nesse caso deve contemplar
o levantamento dos dados de origem, destinos, demandas, capacidades, e restrições.
Esses elementos combinados de forma a representar a realidade forma o desenho
inicial do modelo.
Note que o modelo vem do mundo real e volta pra ele;
isso significa que com a compilação dos dados, simplifica-se o problema (mundo
simbólico) e voltamos para o mundo real já de forma organizada em busca da
solução. Veja também que a intuição e experiência, muito importantes em nossos
tempos, fazem parte do instrumental para o desenho do modelo.
Desenho pronto, pode-se visualizar a solução desejada
e assim parte-se para o estudo da escolha da ferramenta a ser utilizada. As
ferramentas merecem um capítulo (ou livros) a parte, mas apenas pra citar as
três principais ferramentas utilizadas em problemas de Transportes: Heurística,
programação linear e simulação computacional.
O modelo também pode ser usado para a melhoria de um
processo, ou a solução de uma questão gerencial.
A modelagem, no final do dia, nos permite ter uma visão
sistêmica do problema e estudar a melhor solução, dependendo da ferramenta a
solução ótima.
Menor custo, cumprimento de nível de serviço,
otimização ou minimização da frota, ou números (ou tamanho) de centros de
distribuição; problemas complexos se resolvem com modelos simples.
Obrigado e um abraço ao improvável leitor.